MAMÍFEROS FÓSSEIS DO QUATERNÁRIO DA GRUTA TACHO DE OURO, TOCANTINS, NORTE DO BRASIL: DIVERSIDADE, TAFONOMIA E ASPECTOS PALEOICNOLÓGICOS E PALEOAMBIENTAIS
DOI:
https://doi.org/10.4072/20Resumen
As grutas da Província Espeleológica Bambuí, em Aurora do Tocantins, norte do Brasil, têm revelado importantes acumulações fossilíferas atribuídas ao intervalo Pleistoceno Superior–Holoceno. Recentemente, os primeiros registros fósseis da Gruta Tacho de Ouro foram recuperados, sendo estes atribuídos aos táxons Tayassu pecari, Cervidae indet., Odocoileus virginianus, Mazama sp., Palaeolama major, Tapirus sp., Coendou sp. e Catonyx cuvieri. A presença de táxons extintos entre os achados sugere que a tafocenose pode ser atribuída ao intervalo Neopleistoceno–Holoceno. Informações quanto aos habitats reconhecidos para os táxons encontrados na caverna indicam um ambiente afetado por variações climáticas neste intervalo, corroborando com a hipótese da não contemporaneidade dos espécimes. A ocorrência de O. virginianus na Gruta Tacho de Ouro representa o registro mais meridional para a espécie no Brasil. A análise tafonômica indica que os animais provavelmente pereceram externamente à gruta, em um clima árido e, posteriormente, foram carreados para o interior da caverna por um fluxo hidráulico de baixa energia, onde foram rapidamente soterrados entrando em contato com o nível vadoso da gruta. A análise quanto aos vestígios de alimentação (Fodinichnia) observados nos fósseis apontou que tais danos estão associados à predação ou necrofagia realizada por carnívoros.
Palavras-chave: Província Espeleológica Bambuí, Aurora do Tocantins, Intervalo Pleistoceno–Holoceno.
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