Interpretação paleoclimática com base na análise da fisionomia foliar de duas floras pleistocênicas, Formação Rio Claro, São Paulo, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.4072/rbp.2022.3.05Resumo
Paleoclimatic interpretation based on the analysis of the leaf physiognomy of two Pleistocene floras, Rio Claro Formation, São Paulo, Brazil. The Jaguariúna and Jazigo Vargem Grande do Sul fossil floras are well-preserved records of an ancestor of one of the phytophysiognomies of the Atlantic Forest, the oldest belt of tropical forest in the world. These fossil floras are associated with the Rio Claro Formation, one of the most important sedimentary records of the Pleistocene from the São Paulo State Peripheral Depression, Brazil. The main physiognomic characteristics–type of margins and leaf area – of the angiosperm leaves from these floras allowed us to carry out the reconstruction of the mean annual temperature (MAT) and the mean annual precipitation (MAP) for the moment of their deposition. The different equations used to reconstruct the MAT and the MAP are based on univariate methods known as Leaf Margin Analysis and Leaf Area Analysis. These equations indicated that the warm and humid subtropical/tropical climate under which the Jaguariúna fossil flora developed was characterized by a MAT of 22.1–22.8°C and a MAP of 566–831 mm, and also that the warm and humid subtropical climate under which the Jazigo Vargem Grande do Sul fossil flora developed was characterized by a MAT of 24.6–25.1°C and a MAP of 747–961 mm. These values indicate that, at the moment of deposition of the fossil floras of Jaguariúna and Jazigo Vargem Grande do Sul, conditions were warmer and less humid than the current ones. Therefore, it is possible to infer that these floras developed in a smaller climatic cycle,
the interglacial period, during which the Rio Claro Formation was deposited.
Keywords: Atlantic Forest, Pleistocene, physiognomic characteristics, angiosperm leaves, climatic cycle, interglacial period.
RESUMO – As floras fósseis de Jaguariúna e do Jazigo Vargem Grande do Sul são registros bem preservados de uma precursora de uma das fitofisionomias da Floresta Atlântica, o mais antigo cinturão de floresta tropical do mundo. Estas floras fósseis estão associadas à Formação Rio Claro, um dos registros sedimentares mais importantes do Pleistoceno da Depressão Periférica Paulista, Estado de São Paulo, Brasil. As principais características fisionômicas, tipo de margem e área foliar, das folhas de angiospermas destas floras fósseis permitiram reconstruir a temperatura média anual (TMA) e a precipitação média anual (PMA) para o momento de sua deposição. As diferentes equações utilizadas para reconstruir a TMA e a PMA estão baseadas nos métodos univariados conhecidos como Análise da Margem Foliar e Análise da Área Foliar. Estas equações indicaram que o clima subtropical/tropical quente e úmido sob qual se desenvolveu a flora fóssil de Jaguariúna se caracterizava por apresentar uma TMA de 22,1–22,8°C e uma PMA de 566–831 mm. E também que o clima subtropical quente e úmido sob qual se desenvolveu a flora fóssil do Jazigo Vargem Grande do Sul se caracterizava por apresentar uma TMA de 24,6–25,1°C e uma PMA de 747–961 mm. Estes valores indicam que, no momento de deposição das floras fósseis de Jaguariúna e do Jazigo Vargem Grande do Sul, as condições eram mais quentes e menos úmidas que as atuais. Portanto, é possível inferir que estas floras se desenvolveram num ciclo climático menor, do período interglacial, durante o qual se depositou a Formação Rio Claro.
Palavras-chave: Floresta Atlântica, Pleistoceno, características fisionômicas, folhas de angiospermas, ciclo climático, período interglacial.
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