Variação espacial e intra-anual de foraminíferos bentônicos e indicadores biogeoquímicos no estuário do Real, Litoral Norte da Bahia, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.4072/rbp.2022.2.02Resumo
Spatial and intra-annual variation of foraminifera and biogeochemical indicators in the Real estuary, northern coast of Bahia, Brazil. The aim of this research was to carry out the biogeochemical characterization of the Real estuary, northern coast of Bahia, using the seasonal variation of foraminifera and physical-chemical, sedimentological, and geochemical data. During the rainy season were
obtained 324 foreheads (Jul/2013), with Trochammina inflata in abundance (75.85%). In the April campaign, 298 foraminifera were found in 10 sampling points, especially T. inflata (40.60%), Quinqueloculina lamarckiana (9.73%), Ammonia tepida (8.05%) and Trochammina globigeriniformis (5.70%). In the dry season, 148 foreheads belonging to 14 species were registered, such as Q. lamarckiana (21.19%), Trochammina sp. (10.60%), T. inflata (10.60%), Nonion sinensis (5.96%), Peneroplis proteus (5.96%), and Quinqueloculina bicornis (5.96%). In addition, the faunal composition reflects an environmental condition of high hydrodynamic energy, with clear evidence of oligohaline waters typical of environments with strong river discharges, and absence of anomalies in the foreheads, suggesting an environment without evident anthropogenic changes. The levels of Ca and Al, in both hydrological periods, varied significantly between the sampling stations, but they should not be causing adverse effects on the biota of the Real estuary. The contents of Mg (which come from primary sources) and Fe (which is punctual and seems to be a result of anthropic activity) found are above the reference limits, but does not appear to be causing changes in the balance of the local ecosystem.
Keywords: foraminifera, estuary, trace metals, Northeast of Brazil, bioindicators, taphonomy.
RESUMO – O objetivo da pesquisa foi realizar a caracterização biogeoquímica do estuário do Real, Litoral Norte-Bahia, utilizando a variação sazonal de foraminíferos e dados físico-químicos, sedimentológicos e geoquímicos. Foram obtidas 324 testas na estação chuvosa (Jul/2013), destacando-se Trochammina inflata (75,85%). Na campanha de abril, foram encontrados 298 foraminíferos em 10 pontos amostrais, destacando-se T. inflata (40,60%), Quinqueloculina lamarckiana (9,73%), Ammonia tepida (8,05%) e Trochammina globigeriniformis
(5,70%). Na estação seca, registraram-se 148 testas pertencentes a 14 espécies, das quais destacam-se Q. lamarckiana (21,19%), Trochammina
sp. (10,60%), T. inflata (10,60%), Nonion sinensis (5,96%), Peneroplis proteus (5,96%), Quinqueloculina bicornis (5,96%). Além disso, a composição faunística reflete uma condição ambiental de alta energia hidrodinâmica, com evidência claras de águas oligohalinas próprias de ambientes com fortes descargas fluviais, e ausências de anomalias nas testas, sugere um ambiente sem alterações antrópicas evidentes.
Os teores de Ca e Al, em ambos os períodos hidrológicos variaram significativamente entre as estações de amostragem, mas não devem estar
provocando efeitos adversos à biota do estuário do Real. Já os teores de Mg, que são oriundos de fontes primárias, e de Fe, que é pontual e parece ser resultante de atividade antrópica, embora estejam acima dos limites de referência, não parecem estar causando alterações no equilíbrio do ecossistema local.
Palavras-chave: foraminíferos, estuário, metais traço, Nordeste do Brasil, bioindicadores, tafonomia.
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