TRAÇOS FÓSSEIS DOS DEPÓSITOS MARINHOS RASOS DA FORMAÇÃO PITINGA, SILURIANO SUPERIOR DA BACIA DO AMAZONAS, RIO TAPAJÓS, PA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.4072/18Resumo
O intervalo Siluriano–Devoniano da Bacia do Amazonas apresenta uma baixa diversidade de traços fósseis. Depósitos transgressivos pós-glaciais da Formação Pitinga (Siluriano superior) que afloram às margens do rio Tapajós exibem uma associação de traços fósseis composta por Arthrophycus, Beaconites, Bifungites, Diplichnites, Lockeia, Monocraterion, Planolites e Phycodes, além de tubos indeterminados e traços indeterminados de artrópodes. Esta associação apresenta elementos da Icnofácies Cruziana e são encontrados associados à siltitos laminados e arenitos com acamamento ondulado e estratificações cruzadas tabulares e sigmoidais. A integração entre dados faciológicos e icnológicos aponta para um paleoambiente marinho raso dominado por ondas. A predominância de traços horizontais sugere águas relativamente calmas e deposição logo abaixo da base de ondas normais. Os produtores dos traços fósseis foram, provavelmente, organismos vermiformes e artrópodes, além de raros bivalves. A retração gradual das geleiras silurianas na transição para o Devoniano elevou o nível do mar e criou novos ecoespaços em mares transgressivos pós-glaciais. Desta forma, a baixa diversidade icnofaunística pode estar associada aos mares frios que dominavam a costa do Gondwana durante o Siluriano e que possibilitava a ocupação do substrato apenas por organismos adaptados ao estresse ambiental. Variações na taxa de sedimentação e erosão de traços fósseis de tiers mais rasos também podem ser responsáveis pela baixa diversidade encontrada nos depósitos estudados.
Palavras-chave: traços fósseis, Formação Pitinga, Rio Tapajós, Siluriano superior, Bacia do Amazonas.
DOI: http://dx.doi.org/10.4072/rbp.2017.2.03