A incomum associação de peixes e caranguejos da Formação Romualdo, Aptiano-Albiano da Bacia sedimentar do Araripe, NE do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.4072/rbp.2021.2.06Resumen
The unusual association of fish and crabs from Romualdo Formation, Aptian–Albian of the Araripe sedimentary
Basin, NE Brazil. In a study and collection of fossils from the Romualdo Formation in “Araripe pernambucano”, an association of Vinctifer comptoni and Rhacolepis buccalis with eubrachyurans and orithopsids crabs was observed in four calcareous nodules. Associations were discussed based on ecological and taphonomic hypotheses. It is noted from the degree of articulation of the organisms, that either the death or the availability of crab moults in the sediment possibly occurred before the death of the fish. In addition, the fish do not have teething consistent with feeding on crabs. Thus, this association would occur due to fossilization processes and not due to ecological interactions. The study also emphasized systematic and paleogeographic aspects of the groups. Romualdocarcinus salesi is probably related to the “higher” true crabs (Eubrachyura), a hypothesis already raised in previous works, due to the preservation of its dorsal carapace next to a pleon of subquadrangular shape similar to those seen in this group. The occurrence of Exucarcinus gonzagai associated with fish, in concretions in the shales, can raise the question of E. gonzagai and Araripecarcinus ferreirai species as synonyms. The data obtained with the survey of the paleogeographic distribution of fish and crabs in geological formations of correlated age corroborates the hypothesis of the Tethyan marine influence in Araripe.
Keywords: ichthyolites, decapods, paleoecology, taphonomy, Santana Group, Cretaceous.
RESUMO – Em estudo e coleta de fósseis da Formação Romualdo no Araripe pernambucano, observou-se, em quatro nódulos calcários, uma associação de Vinctifer comptoni e Rhacolepis buccalis com caranguejos eubraquiúras e oritopsídeos. Foram discutidas as associações a partir das hipóteses ecológicas e tafonômicas. Nota-se a partir do grau de articulação dos organismos, que ou a morte ou a disponibilização de mudas dos caranguejos no sedimento possivelmente se deram previamente a morte dos peixes. Além disso, os peixes não possuem dentição condizente com alimentação a partir de caranguejos. Assim, esta associação se daria devido aos processos de fossilização e
não devido a interações ecológicas. O estudo também enfatizou aspectos sistemáticos e paleogeográficos dos grupos. Romualdocarcinus salesi estaria possivelmente relacionado aos caranguejos verdadeiros mais “avançados” (Eubrachyura), hipótese já levantada em trabalhos anteriores, devido a preservação de sua carapaça dorsal junto a um pléon de formato subquadrangular semelhante aos vistos neste grupo. A ocorrência de Exucarcinus gonzagai associado aos peixes, em concreções nos folhelhos, pode colocar em discussão as espécies E. gonzagai e Araripecarcinus ferreirai como sinonímias. Os dados obtidos com o levantamento da distribuição paleogeográfica de peixes e caranguejos em formações geológicas de idade correlata corroboram com a hipótese da influência marinha tetiana no Araripe.
Palavras-chave: ictiólitos, decápodes, paleoecologia, tafonomia, Grupo Santana, Cretáceo.
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