É com imenso pesar que a SBP comunica o falecimento, no última dia 29 de novembro, da Professora Maria Martha Barbosa, uma das fundadoras da SBP.
Abaixo texto do Professor Vladimir Távora sobre essa grande mulher:
Profa. Maria Martha Barbosa (1931- 2020)
Devido trabalhar na Formação Pirabas desde 1985, sempre apoiado pelo Prof. Cândido Simões Ferreira também do Museu Nacional, a aproximação com a Profa. Martha foi também imediata e com ela passei a ter várias conversas e discussões sobre a necessidade de continuidade do estudo dos briozoários da Formação Pirabas. A partir daquele momento se iniciou a minha preparação para assumir a continuidade destas pesquisas, pois desde 1979, a convite da Marinha do Brasil, ela passou a se dedicar ao estudo de briozoários atuais e também a funções administrativas no Museu nacional.
Encontrar a Profa. Martha era sempre uma alegria indescritível. Nossos laços de amizade desencadeavam conversas de assuntos tanto profissionais quanto pessoais, e os chás de fim de tarde em sua casa na Tijuca se tornaram cada vez mais raros. Chegamos a trocar diversas cartas nesse meio tempo, quando ainda não era comum o uso de e-mails. Em uma destas cartas, datada de 1994, inclusive ela comentou sobre a sua preocupação com as instalações elétricas do Museu Nacional. Vejam que mulher visionária e observadora que era.
Em 2013 o estudo dos briozoários da Formação Pirabas foram retomados, graças a parceria com a Dra. Laís Vieira Ramalho. A realização de novos trabalhos de campo e a consequente recuperação de muitos exemplares de briozoários permitiram uma considerável ampliação do conhecimento sobre este grupo de paleoinvertebrados. E tivemos a grata satisfação de homenageá-la em com uma nova espécie, Hippopleurifera barbosae Ramalho, Távora, Tilbrook & Zágoršek, 2015.
Este é um pequeno e modesto relato de minha experiência de 34 anos com uma grande pesquisadora e uma gigante pessoa comum, que sempre acolheu e defendeu a todos que ama e de alguma forma foram injustiçados com palavras duras ditas por outros. Uma mulher tão especial que ninguém consegue falar em verbo no tempo passado, porque sempre vai estar presente ainda que apenas como uma leve brisa de lavanda, uma de suas fragrâncias favoritas.
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