A próxima escavação pode trazer consigo a nova chave para a evolução da vida. Na visualização de mais uma lâmina pode estar o grão de pólen que vai nos contar uma nova etapa da evolução da vida vegetal e dos ambientes. A próxima concha fóssil pode nos mostrar as características que permitiram o sucesso de um determinado grupo. Os detalhes de uma folha fóssil podem trazer os elementos para compreendermos a fixação definitiva da vida terrestre em nosso planeta.
A vida da paleontóloga e do paleontólogo é escrita sobre a estrada da frustração e da surpresa. Em nosso trabalho, elas caminham sempre juntas. A primeira está ao nosso lado, a todo momento, a cada trabalho de campo, a cada mirada ao microscópio, a cada abertura de um bloco de rocha. Já a segunda, quando aflorada, nos permite sentir, cheirar, respirar, mentalizar, reviver os cenários do passado.
Vivemos para revelar a vida que não é mais palpável. Salvamos da morte a vida que já não mais se tem. Presenciamos os cenários mais distantes e menos possíveis. Damos a luz a algo que deixou de receber luz há milhares ou milhões de anos. Somos a ferramenta pelo meio da qual a vida pretérita aflora na atualidade.
De nossas mãos, o material, o texto, a dúvida, a revisão, a exposição e a explicação abrem espaço para a ciência mais fascinante. Abrem também os olhos para mundos que, agora, em nossas mãos, se fazem chaves para as decisões futuras.
Que o dia 7 de março seja sempre o dia para nos reemocionarmos ao olharmos para nossa trajetória e reconhecermos a felicidade em termos escolhido ser paleontólogos.
Feliz Dia da Paleontóloga e do Paleontólogo!
Diretoria da Sociedade Brasileira de Paleontologia